
Pe. Túlio Medeiros da Silva, CM
O mês de maio é tradicionalmente conhecido como o mês mariano na Igreja Católica. Nesse período, inúmeras são as manifestações de carinho e devoção que prestamos à Virgem Maria, aquela que disse “sim” ao plano salvífico de Deus. Maria tem muito a nos ensinar no seguimento a Jesus Cristo, evangelizador e servidor dos Pobres.
São Vicente de Paulo tinha uma profunda devoção à Mãe de Deus e sempre incentivava seus filhos e filhas espirituais a olharem para Maria como modelo de fé, humildade, serviço e caridade. Nesse sentido, ao celebrarmos o mês mariano, somos convidados não apenas à oração, mas à ação concreta que espelha as virtudes de Maria em nosso agir vicentino.
Maria é, antes de tudo, a mulher da fé e da disponibilidade. Quando nos deparamos com a cena da Anunciação (Lc 1,26-38), podemos perceber claramente essa virtude de Maria. Ela não sabia exatamente o que iria acontecer, mas seu “sim” expressa sua coragem e confiança na vontade divina. A exemplo de Maria, nós, vicentinos, devemos nos dispor ao serviço aos Pobres com fé e disponibilidade, sem esperar nada em troca, vivendo nossa missão como Maria viveu.
No Magnificat (Lc 1,46-55), encontramos outro grande traço da personalidade de Maria: a sua humildade. Ela reconhece que tudo vem de Deus, por isso não busca nada para si; está sempre voltada para servir ao próximo, como fez com sua prima Isabel. Nesse sentido, os vicentinos são chamados a cultivar essa humildade mariana, sempre colocando os pobres em primeiro lugar.
Ela guardava e meditava todos os fatos em seu coração (Lc 2,19). Esse silêncio orante de Maria é um convite à contemplação e à escuta interior. Nós, vicentinos, muitas vezes somos chamados a viver essa dimensão do silêncio. Quando nos deparamos com algumas realidades de sofrimento, somos convidados a escutar mais do que falar. Esse silêncio, que podemos observar em Maria, não significa passividade, mas uma atenção amorosa. Sejamos sempre uma presença de escuta atenta, acolhedora e compreensiva na vida dos pobres.
Antes de finalizar, gostaria de apresentar três importantes atitudes que nós, vicentinos, podemos cultivar para aperfeiçoar nosso agir de maneira mariana. A primeira é rezar com Maria e como Maria, pelos Pobres, pelos membros da Sociedade de São Vicente de Paulo e por todos os que sofrem. A segunda é servir com ternura e compaixão, cultivando uma escuta atenta e a empatia pelos Pobres. A terceira é evangelizar com coragem e humildade. Como continuadores do carisma vicentino, somos chamados a evangelizar com a vida, com testemunho de fé, com coerência e simplicidade.
Portanto, o mês mariano é tempo de graça e renovação espiritual. Neste sentido, convido a todos os vicentinos a viver de maneira mais intensa as virtudes marianas que foram apresentadas neste texto: fé, humildade, serviço, silêncio, compaixão e coragem. Agir como Maria é abrir sempre o coração ao próximo e ao chamado de Deus. Que Maria, Mãe dos Pobres, continue nos inspirando em nossa missão vicentina. E que cada gesto de caridade realizado neste mês seja uma flor oferecida à Virgem Santíssima, em sinal de amor, gratidão e compromisso com os mais pobres.